Do ponto de vista humano, tudo o que provém do ambiente em prol das necessidades do ser humano, é considerado um recurso.
A vida é uma propriedade ligada a um pequeno conjunto de elementos químicos, associados em biomoléculas. Graças à interferência (direta ou indireta) da energia contida na luz solar e da gravidade, os elementos essenciais circulam continuamente entre os organismos vivos e o ambiente, em processos denominados ciclos biogeoquímicos.
Geralmente, os seres vivos precisam de apenas 20% dos elementos químicos conhecidos para a manutenção das suas funções vitais. Os outros 80% podem mostrar-se tóxicos.
Quando uma substância penetra no organismo, por ingestão, inalação, ou absorção cutânea, a toxicidade indica o quão prejudicial essa substância é.
Os efeitos nefastos causados por uma substância dependem de vários fatores:
- Dose;
- Frequência de exposição à substância;
- Caraterísticas da pessoa exposta;
- Caraterísticas da substância.
Existem substâncias tóxicas no ambiente, cujos níveis de concentração vão aumentando ao longo da cadeia alimentar. A este fenómeno chamamos de bioampliação. Estas substâncias podem também ser transmitidas à descendência durante a gestação e o aleitamento.
O antagonismo (interação entre substâncias químicas cujos efeitos são opostos, diminuindo então os seus efeitos) e o sinergismo (interação entre substâcias químicas cujo efeito combinado é maior do que a soma dos efeitos separados, aumentando então os seus efeitos), influenciam o tipo de lesões causadas por uma substância tóxica.
A toxicidade de uma substância pode ser estimada através de estudos epidemiológicos ou de testes laboratoriais. Estes estudos baseiam-se na comparação da saúde de um grupo de pessoas expostas a um determinado agente tóxico (grupo experimental) com a saúde de um grupo de pessoas não expostas ao mesmo (grupo de controlo), de modo a averiguar uma relação entre a exposição ao agente tóxico e problemas de saúde, sendo estes estudos e os seus resultados muito limitados.
Os testes laboratoriais permitem traçar uma curva dose-resposta, evidenciando os efeitos de várias dosagens de um agente tóxico num grupo de animais (geralmente ratos), de modo a depois extrapolar os resultados obtidos para os seres humanos.
A curva dose-resposta traçada nos testes laboratoriais possibilita a determinação da dose letal média. A dose letal é a quantidade de substância média necessária para matar 50% dos animais de uma população em estudo, num período de 14 dias.
Da exposição a um agente tóxico, a extensão e o tipo de danos para a saúde variam. Certos agentes têm um efeito agudo, de reação rápida ou mesmo imediata à exposição, pode ir de uma simples tontura até à morte. Outros agentes têm um efeito crónico, com consequências duradouras ou até permanentes (insuficiência hepática ou renal).
As substâncias tóxicas têm efeitos negativos sobre todos os seres vivos, contribuindo assim para a degradação ambiental.
À descarga de determinados elementos num ecossistema com concentração superior à normal designamos de contaminação. Se a contaminação tem capacidade tóxica potencial, chama-se poluição e as substâncias que a originam são os poluentes. Qualquer alteração prejudicial às caraterísticas do ambiente pode ser considerada poluição, isto é, uma alteração das caraterísticas físicas, químicas ou biológicas do ar, solo, da água ou até dos alimentos, que ameaça a sobrevivência, a saúde ou as condições de vida e atividades dos seres humanos ou outras espécies.
Assim, todos os resíduos resultantes das atividades realizadas pelo homem, como a indústria, os transportes ou agricultura intensiva, que não podem voltar naturalmente aos ciclos biogeoquímicos, podem ser vistos como poluente. No entanto a poluição pode também ter causas naturais, como as erupções vulcânicas ou a radiação natural de alguns elementos.
As fontes de poluição podem ser localizadas, em que os poluentes advêm de locais que conseguimos identificar facilmente, como as chaminés das fábricas, condutas de esgoto doméstico, e podem também ser fontes de poluição dispersas, neste caso não conseguimos identificar os locais de onde provêm os poluentes, com, por exemplo, a escorrência para um lago de fertilizantes agrícolas.
Independentemente da sua fonte, a poluição não conhece fronteiras, provocando efeitos perigosos na qualidade de vida dos seres humanos, podem ser locais ou globais, graduais ou imediatos e estes implicam vários riscos para a saúde e degradação ambiental generalizada.
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