sábado, 5 de dezembro de 2015

TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO MEDICAMENTE ASSISTIDA



A reprodução medicamente assistida é o processo segundo o qual são utilizadas diferentes técnicas médicas para auxiliar à reprodução humana. As técnincas mais comuns incluem a inseminação artificial, a fertilização in vitro, a transferência intratubárica de gâmetas, de zigotos ou de embriões e a injeção intra-citoplasmática de espermatozóides, entre outras. 


  • Inseminação artificial ou IUI (Intra-Uterine Insemination)
Na inseminação artificial, os espermatozóides são previamente recolhidos e, após tratamento e seleção, há a transferência mecânica dos mesmos para o interior do aparelho genital feminino, na altura da ovulação. Este tratamento permite aumentar as hipóteses de fecundação.



  • Fertilização in vitro ou IVF (In Vitro Fertilization)

  • Para a execução desta técnica exige-se uma prévia estimulação ovárica através de medicamentos adequados (gonadotrofinas, como é ocaso de LH e FSH). Recolhem-se oócitos e espermatozóides, juntando-se estes em laboratório. Seguidamente, um ou mais oócitos são recolhidos, por laparoscopia ou passando uma agulha através da parede vaginal, sendo, depois, os gâmetas masculinos e femininos misturados. Num ambiente extracorporal (placa de Petri) ocorre a fecundação. O(s) zigoto(s) continuam a ser incubados in vitro, no mesmo meio em que ocorreu a fecundação, até que ocorra a sua segmentação. Esta técnica, IVF-ET (Embryo Transfer), é completada pela transferência do embrião ou embriões (tendo este 2 a 8 células) para o útero, para que se possa haver a sua implantação e desenvolvimento. 
     


    • Injeção intra-citoplasmática de espermatozódes ou ICSI (Intra Cyto-plasmatic Sperm Injection)
    Esta técninca consiste na injecção de um único espermatozóide no citoplasma do ovócito II, evitando assim as dificuldades do processo natural em que o espermatozóide tem que passar a "barreira" do ovócito para nele penetrar. Seguidamente, é utilizada a mesma técninca que na IVF-ET para a implantação do embrião. Tendo em conta que esta técninca permite escolher o espermatozóide a ser utilizado, é utilizada em várias situações, incluindo a baixa contagem de espermatozóides, elevada percentagem de espermatozóides com forma anormal, obstrução ou vasectomia, etc. 




    • GIFT (Gamete Intrafallopian Transfer) ou Transferência intratubárica de gâmetas
    Após o tratamento e a seleção no laboratório, os dois tipos de gâmetas (oócitos e espermatozóides) é feita a transferência deste para o interior das trompas de Falópio, onde irá ocorrer a sua fusão. Neste caso, a transferência é feita in vivo. Esta técnica é indicada para casos em que a infertilidade está relacionada com disfunções do esperma, anomalias no muco cervical ou quando a sua causa é desconhecida. 




    • PROST (Pertoneal Oocycle and Sperm Transfer)
    O PROST é um método semelhante à GIFT, com a única diferença dos gâmetas serem transferidos não para as trompas, mas sim para a cavidade peritoneal.


    • ZIFT (Zygote Intrafallopan Transfer) ou Transferência intratubárica de zigotos
    Esta técnica é uma variante da GIFT. Neste caso, após recolha e selecção de oócitos e espermatozoides, pelas mesmas técnicas da FIV, os gâmetas são postos em contacto in vitro, em condições apropriadas para a sua fusão durante 18 a 24 horas. Após a fecundação, é realizada uma laparoscopia e são transferidos o(s) zigoto(s) resultantes para o interior das trompas de Falópio.



    • TET (Tubal Embryo Transfer)
    Trata-se de um processo semelhante à ZIFT, mas neste a transferência intratubárica é realizada um dia depois. Neste caso, já não ocorre a transferência intratubárica de zigotos, mas sim de embriões.

    • FASIAR (Follicle Aspiration, Sperm Injection and Assisted Follicular Rupture)
    É um método muito recente que consiste em puncionar o folículo, removendo o oócito, com uma seringa que já contém espermatozóide. Esta mistura é, então, imediatamente injetada de volta no folículo. FASIAR pode reduzir o risco de nascimentos múltiplos e é um método menos oneroso que outros procedimentos.

    Para além das técninas referidas, existem outras técnicas acessórias importantes no campo da reprodução assistida:

    • Diagnóstico pré-implantação, Biopsia de embriões ou PGD (Perimplantation Genetic Diagnosis)
    O PGD é uma nova forma de diagnóstico pré-natal que visa  prevenir a transferência de embriões portadores de graves doenças génicas. A obtenção de células dá-se, geralmente, no terceiro dia de desenvolvimento, em que o embrião possui entre seis a doze células, havendo a extração de um único blastómero, sem que haja danificação. Segue-se a sua caraterização antes deste ser transferido para o útero, onde são utilizadas duas técnicas: a FISH (Fluorescent “In situ” Hibridization), para detecção de patologias cromossómicas e a PCR (Polimerase Chain Reaction) para detecção de patologias génicas. 




    • Crioconservação de gâmetas e embriões
    Neste processo, os gâmetas e embriões excedentários são preservados através do congelamento a temperaturas muito baixas (sendo utilizado azoto líquido, são obtidas temperaturas abaixo dos -196ºC). Esta técnica possui grande utilidade, principalmente em situações de declínio de fertilidade. Quanto aos oócitos, este ainda é um método em desenvolvimento, não existindo uma técninca de crioconservação clinicamente satisfatória. 



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